Hidratantes Naturais x Tradicionais

A pele é o maior órgão do corpo humano. Ela estabelece o limite do nosso corpo com o mundo externo atuando como uma barreira que impede a entrada de microrganismos nocivos e substâncias estranhas. Além de formar uma barreira protetora, a pele também exerce funções de fotoproteção, sensorial, regulação da temperatura corpórea e síntese de vitamina D. Quanto mais saudável ela está, melhor ela exerce suas funções. 

Os hidratantes são uma forma de cuidar dessa barreira, manter sua integridade e evitar a perda de água. 

Existem dois tipos de hidratantes: os naturais, formulados à base de óleos vegetais e os tradicionais, formulados à base de óleo mineral. O que eles têm em comum?  Ambos formam uma camada sobre a pele que impede a perda de água.  Porém, os óleos vegetais são extraídos pela prensagem de sementes, ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes, enquanto o mineral é um subproduto do refino do petróleo. 

A grande diferença está na chamada “biocompatibilidade”: a afinidade que uma substância externa tem com o nosso corpo. No caso, os óleos vegetais, além de ácidos graxos, contém vitaminas, antioxidantes e minerais que são absorvidos pela nossa pele, enquanto o óleo mineral forma uma camada oclusiva, ou seja, não penetra. Além de ser pobre, essa camada de óleo mineral pode favorecer o aparecimento de cravos e espinhas ao longo do tempo, por isso esse tipo de óleo é chamado de “comedogênico”. 

Paralelamente, o aroma dos hidratantes naturais é feito com óleos essenciais enquanto os hidratantes tradicionais usam essências sintéticas. Os óleos essenciais são derivados de plantas e também têm maior biocompatibilidade, sendo mais facilmente absorvidos e metabolizados, ou seja, excluídos do nosso corpo. Já as fragrâncias sintéticas permanecem mais tempo no nosso corpo, estimulando por mais tempo nossos receptores olfativos, tendo maior potencial de causar alergias e até alterar nossos hormônios. 

Assim sendo, os hidratantes naturais são mais ricos para nossa pele e melhor absorvidos pelo nosso corpo. 

E por que a indústria usa óleo mineral em seus cremes se os óleos vegetais são melhores? A primeira resposta é o custo: óleo mineral é um subproduto do petróleo, por isso adquirido facilmente com preço baixo. Em segundo lugar, não tem aroma nem cor, o que facilita na hora da formulação e na aceitação dos consumidores. Já os óleos vegetais têm aroma e cor, ainda que sejam suaves e em geral são mais caros e difíceis de extrair. 

E não se engane com os rótulos do tipo “com óleo de …”. Esse tipo de anúncio quer dizer que foi adicionado uma pequena porcentagem do óleo vegetal (geralmente em torno de 2 a 5%) e não que ele é a base do creme. 

Por isso, dê preferência aos hidratantes 100% naturais. Ao longo do tempo a diferença fica clara. Sua pele agradece.